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RENASCIMENTO
INTRODUÇÃO
Entre o final do século XIV e o início do
século XVI, a Europa experimentava uma série de transformações culturais que
marcaram a transição de um mundo extremamente cristão e ligado aos preceitos e
dogmas católicos para um mundo moderno, aberto a novas idéias, invenções e a
economia. Fundamentado no
conceito do Antropocentrismo (o homem é o centro de todas as coisas),
significou um retorno às formas e
proporções da antiguidade greco-romana. Esse período se manifestou por diversos
motivos. O descontentamento geral com a igreja e o desenvolvimento das técnicas
de navegação e construção de navios fez com o que as nações europeias tivessem
contato com outras regiões do mundo, novos produtos, novas idéias, novas formas
de comércio.
O período Renascentista
O maior
contato com obras clássicas do mundo grego e das nações
islâmicas e demais do oriente médio, principalmente nas universidades, fez com uma
nova geração de estudiosos levanta-se
para ponderar e questionar até então o que era lei divina sobre os eventos
naturais.
Este movimento
artístico começou a se manifestar na Itália, mais precisamente em Florença, cidade que a essa
altura já tinha se tornado um estado independente e um dos centros comerciais
mais importantes do mundo.
Em poucos anos, o renascimento difundiu-se pelas demais cidades
italianas (período conhecido como quattrocento), para se estender pouco
a pouco, em fins do século XV, ao resto do continente europeu, no chamado cinquecento,
ou renascimento clássico. As bases desse movimento eram proporcionadas por uma
corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a escolástica
medieval, até então reinante, e propunha o retorno às virtudes da
antiguidade.
Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos
começam a ser traduzidos de volta e rapidamente difundidos. Desse modo, o
"espírito" da antiga filosofia clássica não leva muito tempo para
inundar as cortes da nova aristocracia burguesa. O cavalheiro renascentista deve
agora ser versado em todas as disciplinas artísticas e científicas,
como recomenda um dos livros fundamentais da época, O Cortesão, de Baldassare
Castiglione.
Imbuídas desse espírito, as famílias abastadas não
hesitaram em atrair para seu mundo artistas de grande renome, aos quais deram
seu apoio, tornando-se, afinal, seus mecenas. Músicos, poetas,
filósofos, escultores, pintores, ourives e arquitetos saíram do anonimato imposto
pelo período medieval e viram crescer seu nome e sua fama, juntamente
com a de seus clientes. No norte da Europa, o pensamento humanista já tinha
dado seus primeiros passos significativos.
Foi graças ao reformador Lutero e às universidades, por intermédio do estudo das ciências exatas e da filosofia, que se difundiram as idéias de seus pares italianos. Por volta do fim do século XV, chegava da Espanha a notícia do descobrimento de um novo continente, a América, fato que mudaria a fisionomia do mundo para sempre. O homem se distanciava assim, de modo definitivo, do período medieval para decididamente ingressar na modernidade (modernidade nesse caso trata-se de uma era histórica, não do movimento modernista das artes que acontecerá entre o final do séc. XIX e início do XX).
PINTURA
Uma das características da arquitetura foi o uso da perspectiva.
Até o advento do Renascimento, só era possível, na pintura, transpor
para a tábua ou para a parede duas dimensões: comprimento e largura. Era
impossível captar no plano a profundidade, a luz ou o volume. É por esse motivo
que a perspectiva, tanto aqui quanto na arquitetura, passa a ser um
elemento de fundamental importância. Graças e ela os pintores renascentistas
conseguem criar o que até então era inconcebível: a ilusão de espaços "reais" sobre uma superfície plana.
As figuras, dispostas numa composição estritamente simétrica,
a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem
criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade. A
reprodução da figura humana, a expressão de suas emoções e o movimento ocupam
lugar igualmente preponderante. Os temas a representar continuam sendo de
caráter predominantemente religioso, mesmo que, agora, com a inclusão de um
novo elemento..., a burguesia, que queria ser protagonista da história do
cristianismo. Contudo surgem temas ligados à filosofia e mitologia.
Nas pinturas, os conceitos são um pouco parecidos.
Os pintores renascentistas procuravam manter a perspectiva nas obras, dando
sensação de profundidade e realçando objetos ou corpos com efeitos de luz e sombras. Dependendo da região, preferiu-se
conotar o perfeccionismo em paisagens
campesinas, conhecidas como janela
da realidade, onde a ênfase é colocada
na tinta (são eles os primeiros a utilizar o óleo) e na reprodução do
natural de rostos, paisagens, fauna e fora, com um cuidado e uma exatidão
assombrosos, o que acabou resultando nisto a que se deu o nome de “Janela
para a Realidade”.
Os mestres de Flandres (região ao norte da
Belgica), deixando de lado as medições e a geometria e recorrendo à câmara
escura, também conseguem criar espaços reais no plano, embora sem a
precisão dos italianos
Os quadros renascentistas também exploravam a sensualidade das curvas, do nu e dos
corpos iluminados. Era por muitas
vezes retratado o nu como pureza
juntamente a anjos e entidades divinas também nuas. A beleza dos corpos e os
posicionamentos expressivos também tornaram-se base clássica as pinturas do
renascimento.
O Nascimento de Vênus – Sandro
Botticcelli

As pessoas costumavam retratar junto com a família uma cena do nascimento de Cristo, ou ajoelhadas ao pé da cruz, ao lado de Maria Madalena e da Virgem Maria. Até mesmo os representantes da Igreja se rendem a esse curioso costume.
ESCULTURA
Pietà - Michelangelo
Na escultura
renascentista, desempenham um papel decisivo o estudo das proporções antigas
e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas
ao plano de meros elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a
pouco total independência. Já desvinculadas da parede, são colocadas em um
nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua
observação de todos os ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se
sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição
do compasso (ambas as pernas abertas) ou do contraposto (uma perna na frente e
a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à expressão mínima, e
suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma
figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela
aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o
plano). Empregando uma técnica denominada schiacciato. Donatello
posiciona suas figuras a distâncias precisas, de tal maneira que elas parecem
vir de um espaço interno para a superfície, proporcionando uma ilusão de
distância, algo inédito até então.
Desse modo, ao mesmo tempo que se torna
totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e
tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas eqüestres que dominam as
praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas.
Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que
justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.
ARQUITETURA
A história da arquitetura do Renascimento, como um todo, costuma ser
dividida em dois grandes períodos:
- Século XIV e início do XV. Neste primeiro momento destaca-se a figura de Filippo Brunelleschi e uma arquitetura que se pretende classicista, mas ainda sem o referencial teórico e, principalmente, a canonização, que caracterizará o período seguinte.
- Século XVI. Neste momento, as características individuais dos arquitetos já começam a sobrepor-se às da canonização clássica, o que irá levar ao chamado Maneirismo. Atuam arquitetos como Michelangelo, Andrea Palladio e Giulio Romano.
Cúpula de Santa Maria Del Fiore
Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante
a medição e o estudo de antigos templos e ruínas, assim como pela aplicação da
perspectiva, chegaram à conclusão de que uma obra arquitetônica completamente
diferente da que se vira até então não era nada mais que pura geometria
euclidiana.
O módulo de construção utilizado era o
quadrado, que aplicado ao plano e ao espaço deu às novas edificações proporções
totalmente harmônicas.
As ordens gregas de colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se impuseram no levantamento das paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as ordens mais utilizadas: a dórica, a jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação dessas ordens não é arbitrária. Elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o pé, a coluna, o corpo, e o capitel, a cabeça.
As ordens gregas de colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se impuseram no levantamento das paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as ordens mais utilizadas: a dórica, a jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação dessas ordens não é arbitrária. Elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o pé, a coluna, o corpo, e o capitel, a cabeça.
As primeiras igrejas do renascimento mantêm
a forma da cruz latina, o que resulta num espaço visivelmente mais longo do que largo.
Entretanto, para os teóricos da época, a forma ideal é representada pelo plano
centralizado, ou a cruz grega, mais freqüente nas igrejas do
renascimento clássico. As obras da arquitetura profana, os palácios
particulares ou comunais, também foram construídas com base no quadrado.
Planta da Basílica de São Pedro em
forma de Cruz Grega e Santiago forma de Cruz Latina |
Vistos de fora, esses palácios se apresentam como cubos sólidos, de
tendência horizontal e com não mais de três andares, articulados tanto externa
quanto internamente por colunas e pilares. Um pátio central, quadrangular, tem
a função de fazer chegar a luz às janelas internas.
A parede externa costuma receber um tratamento rústico, sendo a almofadilha (parte lateral do
capitel jônico) mais leve nos andares superiores
A arquitetura renascentista buscou referências na arquitetura grega e
romana.
Resumo:
·
Os temas deixam de ser apenas
religiosos e passam a ser diversos, principalmente a figura humana como o
centro e suas atividades.
·
O pintor passa a ser quase um
cientista da arte: ele passa a testar novos pigmentos, novas texturas, usa a
perspectiva, a geometria, a matemática, jogos de luz e sombra, cores quentes
e frias, sensação de realidade, etc.
·
Os pintores mais famosos passam a
ser patrocinados pelos mecenas.
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