sexta-feira, 24 de junho de 2016

ARTE NO RENASCIMENTO - 1º série EM





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RENASCIMENTO
INTRODUÇÃO
Entre o final do século XIV e o início do século XVI, a Europa experimentava uma série de transformações culturais que marcaram a transição de um mundo extremamente cristão e ligado aos preceitos e dogmas católicos para um mundo moderno, aberto a novas idéias, invenções e a economia. Fundamentado no conceito do Antropocentrismo (o homem é o centro de todas as coisas), significou um retorno às formas e proporções da antiguidade greco-romana. Esse período se manifestou por diversos motivos. O descontentamento geral com a igreja e o desenvolvimento das técnicas de navegação e construção de navios fez com o que as nações europeias tivessem contato com outras regiões do mundo, novos produtos, novas idéias, novas formas de comércio.

O período Renascentista

O maior contato com obras clássicas do mundo grego e das nações islâmicas e demais do oriente médio, principalmente nas universidades, fez com uma nova geração de estudiosos  levanta-se para ponderar e questionar até então o que era lei divina sobre os eventos naturais.


Este movimento artístico começou a se manifestar na Itália, mais precisamente em Florença, cidade que a essa altura já tinha se tornado um estado independente e um dos centros comerciais mais importantes do mundo.
Em poucos anos, o renascimento difundiu-se pelas demais cidades italianas (período conhecido como quattrocento), para se estender pouco a pouco, em fins do século XV, ao resto do continente europeu, no chamado cinquecento, ou renascimento clássico. As bases desse movimento eram proporcionadas por uma corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a escolástica medieval, até então reinante, e propunha o retorno às virtudes da antiguidade.


Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser traduzidos de volta e rapidamente difundidos. Desse modo, o "espírito" da antiga filosofia clássica não leva muito tempo para inundar as cortes da nova aristocracia burguesa. O cavalheiro renascentista deve agora ser versado em todas as disciplinas artísticas e científicas, como recomenda um dos livros fundamentais da época, O Cortesão, de Baldassare Castiglione.
Imbuídas desse espírito, as famílias abastadas não hesitaram em atrair para seu mundo artistas de grande renome, aos quais deram seu apoio, tornando-se, afinal, seus mecenas. Músicos, poetas, filósofos, escultores, pintores, ourives e arquitetos saíram do anonimato imposto pelo período medieval e viram crescer seu nome e sua fama, juntamente com a de seus clientes. No norte da Europa, o pensamento humanista já tinha dado seus primeiros passos significativos.


   Foi graças ao reformador Lutero e às universidades, por intermédio do estudo das ciências exatas e da filosofia, que se difundiram as idéias de seus pares italianos. Por volta do fim do século XV, chegava da Espanha a notícia do descobrimento de um novo continente, a América, fato que mudaria a fisionomia do mundo para sempre. O homem se distanciava assim, de modo definitivo, do período medieval para decididamente ingressar na modernidade (modernidade nesse caso trata-se de uma era histórica, não do movimento modernista das artes que acontecerá entre o final do séc. XIX e início do XX).

PINTURA

Descrição: http://cleofas.com.br/wp-content/uploads/2011/02/aHR0cHM6Ly9jb211bmlj.jpg Descrição: http://historiadaarte.pbworks.com/f/1212009607/perspectiva%20linear.jpg
Uma das características da arquitetura foi o uso da perspectiva.
Até o advento do Renascimento, só era possível, na pintura, transpor para a tábua ou para a parede duas dimensões: comprimento e largura. Era impossível captar no plano a profundidade, a luz ou o volume. É por esse motivo que a perspectiva, tanto aqui quanto na arquitetura, passa a ser um elemento de fundamental importância. Graças e ela os pintores renascentistas conseguem criar o que até então era inconcebível: a ilusão de espaços "reais" sobre uma superfície plana.




As figuras, dispostas numa composição estritamente simétrica, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade. A reprodução da figura humana, a expressão de suas emoções e o movimento ocupam lugar igualmente preponderante. Os temas a representar continuam sendo de caráter predominantemente religioso, mesmo que, agora, com a inclusão de um novo elemento..., a burguesia, que queria ser protagonista da história do cristianismo. Contudo surgem temas ligados à filosofia e mitologia.

Nas pinturas, os conceitos são um pouco parecidos. Os pintores renascentistas procuravam manter a perspectiva nas obras, dando sensação de profundidade e realçando objetos ou corpos com efeitos de luz e sombras. Dependendo da região, preferiu-se conotar o perfeccionismo em paisagens campesinas, conhecidas como  janela da realidade, onde a  ênfase é colocada na tinta (são eles os primeiros a utilizar o óleo) e na reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e fora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando nisto a que se deu o nome de “Janela para a Realidade”.
Os mestres de Flandres (região ao norte da Belgica), deixando de lado as medições e a geometria e recorrendo à câmara escura, também conseguem criar espaços reais no plano, embora sem a precisão dos italianos
Os quadros renascentistas também exploravam a sensualidade das curvas, do nu e dos corpos iluminados. Era por muitas vezes retratado o nu como pureza juntamente a anjos e entidades divinas também nuas. A beleza dos corpos e os posicionamentos expressivos também tornaram-se base clássica as pinturas do renascimento.
Descrição: http://imguol.com/2013/02/12/o-nascimento-da-venus-de-sandro-botticelli-1360690945242_615x470.jpg
O Nascimento de Vênus – Sandro Botticcelli
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As pessoas costumavam retratar  junto com a família uma cena do nascimento de Cristo, ou ajoelhadas ao pé da cruz, ao lado de Maria Madalena e da Virgem Maria. Até mesmo os representantes da Igreja se rendem a esse curioso costume.
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO_o7J2BhmAvGHVBrecF15-wLD2K7fJCoDNChuYBcxX3HFkCaF0XBgIaXrTdPE8RWD0PtjCenWSSSS3klWLm9n0MnzU4puoch5_q4jFyKh7894HKxMW8PUR6a1mJK5rKEmIS61vHBY/s400/Cristo+mategna.jpg
ESCULTURA
Descrição: http://www.brasilcultura.com.br/wp-content/uploads/2010/12/escultura.jpg
Pietà - Michelangelo

Na escultura renascentista, desempenham um papel decisivo o estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas as pernas abertas) ou do contraposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Empregando uma técnica denominada schiacciato. Donatello posiciona suas figuras a distâncias precisas, de tal maneira que elas parecem vir de um espaço interno para a superfície, proporcionando uma ilusão de distância, algo inédito até então.
Desse modo, ao mesmo tempo que se torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas eqüestres que dominam as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas. Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.

ARQUITETURA
A história da arquitetura do Renascimento, como um todo, costuma ser dividida em dois grandes períodos:
  1. Século XIV e início do XV. Neste primeiro momento destaca-se a figura de Filippo Brunelleschi e uma arquitetura que se pretende classicista, mas ainda sem o referencial teórico e, principalmente, a canonização, que caracterizará o período seguinte.
  2. Século XVI. Neste momento, as características individuais dos arquitetos já começam a sobrepor-se às da canonização clássica, o que irá levar ao chamado Maneirismo. Atuam arquitetos como Michelangelo, Andrea Palladio e Giulio Romano.
Descrição: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a7/Florence_italy_duomo.jpg/300px-Florence_italy_duomo.jpg
Cúpula de Santa Maria Del Fiore
Descrição: http://photos1.blogger.com/x/blogger/6162/4054/1600/512296/arquitectura-renascimento.jpg
Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante a medição e o estudo de antigos templos e ruínas, assim como pela aplicação da perspectiva, chegaram à conclusão de que uma obra arquitetônica completamente diferente da que se vira até então não era nada mais que pura geometria euclidiana.
O módulo de construção utilizado era o quadrado, que aplicado ao plano e ao espaço deu às novas edificações proporções totalmente harmônicas.


   As ordens gregas de colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se impuseram no levantamento das paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as ordens mais utilizadas: a dórica, a jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação dessas ordens não é arbitrária. Elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o pé, a coluna, o corpo, e o capitel, a cabeça.


Descrição: https://joaobatistaartes.files.wordpress.com/2011/05/arte-grega-2.jpg







As primeiras igrejas do renascimento mantêm a forma da cruz latina, o que resulta num espaço visivelmente mais longo do que largo. Entretanto, para os teóricos da época, a forma ideal é representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega, mais freqüente nas igrejas do renascimento clássico. As obras da arquitetura profana, os palácios particulares ou comunais, também foram construídas com base no quadrado.

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWIISV4djefxTe51_DGjUBl5Gsne7xBBA2vXcT6hWBp6tqiylGjVhFgbSoop3y7yHu-4Xr5QIydoq3wJvDVI4bshPTasrOnr6NDCbG6Wayj2VycWM15t77vh7mA31Gr_WqR7TAd-5S/s320/Planta+da+Bas%25C3%25ADlica+de+S%25C3%25A3o+Pedro+-+Cruz+Grega+e+Santiago+-+Cruz+Latina.jpg
Planta da Basílica de São Pedro em
forma de Cruz Grega
e Santiago forma de Cruz Latina

Vistos de fora, esses palácios se apresentam como cubos sólidos, de tendência horizontal e com não mais de três andares, articulados tanto externa quanto internamente por colunas e pilares. Um pátio central, quadrangular, tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas.
A parede externa costuma receber um tratamento rústico, sendo a almofadilha (parte lateral do capitel jônico) mais leve nos andares superiores
A divisão entre um nível e outro é feita por diferentes molduras e uma cornija (moldura de arremate na parte superior dos edifícios que impedia que a água escorresse pelas paredes e escondia o telhado) que se estende por todo o piso de cada andar, exatamente abaixo das janelas. Têm geralmente forma retangular e são coroadas por uma finalização em arco ou triângulo.

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs5vLyUrhKvpSoChCIHtKBaT0MCX2LpjRdXlLsr9tG76_2fyt-o7avcICHofqvooQFB6MXfvEZXkDs7Nv2tdzoIw1ZP-tVp0hjElEg8T6IyBTrTLiaGm0U68d4ETlvRWxTn3o55x0T/s1600/Almofadilha+-+ordem-jonica.jpg
Almofadilha estava presente no capitel de uma coluna jônica


A arquitetura renascentista buscou referências na arquitetura grega e romana.


Resumo:
·         Os temas deixam de ser apenas religiosos e passam a ser diversos, principalmente a figura humana como o centro e suas atividades.
·         O pintor passa a ser quase um cientista da arte: ele passa a testar novos pigmentos, novas texturas, usa a perspectiva, a geometria, a matemática, jogos de luz e sombra, cores quentes e frias, sensação de realidade, etc.
·         Os pintores mais famosos passam a ser patrocinados pelos mecenas.

  • Elementos formais
    Nos elementos formais inclui-se:
    Inclusão nas obras de cenários arquitectonicos;
    Grande naturalidade e realismo anatomicos.
  • Elementos estéticos
    Nos elementos estéticos inclui-se:
    Equilíbrio e a harmonia dados pelo rigor científico.
    Realismo decorrente de fatores estéticos e técnicos (utilização do óleo).
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